Índio

Nesta pintura, eu quis retratar o sofrimento dos povos indígenas, baseado no caso da morte do índio Galdino Jesus dos Santos, uma liderança do povo indígena Pataxó Hã-Hã-Hãe, que foi queimado vivo enquanto dormia num abrigo de ônibus, por cinco jovens de classe média alta em Brasília, no dia 20 de abril de 1997, após participar de manifestações pelo Dia do Índio.
O dia do índio, em 19 de abril, foi criado em alusão à data em que várias lideranças indígenas do continente aceitaram participar do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano no México, em 1940. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste continente foram convidados para participarem das reuniões e decisões.


Nos primeiros dias, os índios não queriam participar do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas, é compreensível, pois desde que os "homens brancos" chegaram às Américas, nunca quiseram ouvi-los, pelo contrário, dizimaram sua cultura e mataram grande parte de sua população.
Durante este congresso foi criado o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos indígenas na América. O Brasil aderiu ao instituto em 1943, quando o sertanista Cândido Rondon apresentou a adesão brasileira.

Voltando ao caso do índio Galdino, eu me lembro até hoje, que aqueles garotos que o mataram ainda tiveram a cara de pau de dizer que queimaram o índio porque pensaram que era um mendigo, então se ele fosse um mendigo eles poderiam ter feito o que fizeram?

É um absurdo, a pouco tempo também teve um caso de uma pessoa que estava dormindo na rua e foi mijada por jovens.

Até quando o ser humano vai parecer um animal irracional que tenta mijar mais alto para marcar território? Por que tentar sobrepor uma cultura sobre a outra, matando as pessoas ou destruindo suas riquezas culturais, sua moral, sua dignidade, achando que a sua é melhor?
Vamos pensar um pouco mais no que o "homem branco" fez aos índios, que estavam aqui nessa terra a muito mais tempo do que nós, será que é justo deixá-los desamparados nas ruas, temos uma dívida muito grande para com eles.

Seguidamente vejo no centro de Porto Alegre alguns índios vendendo seus produtos, e muitas vezes são mães com seus filhos pequenos sentados nas calçadas, aquelas crianças me parecem diferentes das outras, não sei explicar direito, mas elas são mais naturais. Mais um motivo para fortalecê-los, eu digo essa palavra porque não é só apenas cuidar, pois eles devem ser fortalecidos, sua cultura, seu povo, pois eles têm muito a nos ensinar, principalmente sobre como cuidar da natureza, que é o que eles sempre valorizaram, e agora que o  resto da humanidade está começando a pensar nisso, espero que não seja tarde demais.

Enfim, não vamos mais deixar que barbáries dessa natureza aconteçam, já chega o nazismo, que também deixou uma ferida muito grande na humanidade, ninguém é melhor que ninguém e todos têm direito a um lugar ao sol.

Comentários

  1. Caro Raul, a sustentabilidade, o conceito que está comandado tudo a nossa volta, nada mais é, em sua essência, do que o modus vivendi do nosso índio, que não macula a natureza que lhe sustenta.
    Essa sempre foi a visão de mundo do nosso índio, não é incrível?
    Um grande abraço.

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