Vincent Van Gogh

Este é um estudo que fiz, copiando um dos auto-retratos de Van Gogh
SUA VIDA
Vincent Willem Van Gogh nasceu no dia 30 de março de 1853. O pai era um pregador protestante. Aprendeu francês, inglês e alemão. Em 1868, porém deixou os estudos. Trabalhou com um tio em Haia (Holanda), numa das lojas da Goupil and Co., mas não se adaptou. Com 24 anos, decidiu que sua vocação era a evangelização. Chegou a estudar Teologia em Amsterdã. Logo, porém, abandonou o curso e foi trabalhar como pregador leigo nas minas de carvão de Borinage, na Bélgica. Lá, lutou para melhorar as condições de vida dos mineiros. Mas, suas preocupações sociais não foram bem recebidas por seus superiores, que suspenderam seu salário, sendo assim decidiu-se pela vida artística.

Theo, seu irmão quatro anos mais jovem, passou a sustentá-lo. Van Gogh viveu na Bélgica, na Holanda e Paris até estabelecer-se em Arles, no sul da França, 1888. A fase foi das mais produtivas. Financeiramente, porém, a situação não poderia ser pior. Nessa época, agravaram-se as crises nervosas e um dos poucos amigos que teve foi Paul Gauguin, que se instalou durante alguns meses na casa do Holandês. Com ele, Van Gogh pretendia fundar uma espécie de comunidade de artistas. A instabilidade mental, porém, provoca brigas constantes entre eles. Van Gogh tem crises de humor, discute, agride o amigo, sofre de mania de perseguição e numa das crises tenta ferir Gauguin com uma navalha. Perde a luta, é levado para a cama em lágrimas e com descontrole muscular.
Arrependido, corta, de propósito, um pedaço da orelha e manda num envelope à mulher que motivou a briga. Sem amigos e sofrendo crises agudas de paranóia, decidiu internar-se.
Em maio de 1890, mudou-se para Auver-sur-Oise. Theo consegue que o Dr. Gachet, psiquiatra, pintor e amigo de pintores, consinta em cuidar do irmão. O Dr. Gachet examina-o e comunica que a situação é grave. Resolve dar liberdade a Van Gogh para trabalhar, comprar tintas, telas, instala o pintor, mas as crises continuam e, no dia 27 de julho, deu um tiro contra o próprio peito. Dois dias depois, morreu nos braços de Theo.

SUA OBRA
Van Gogh deixou cerca de 800 pinturas, além de algumas centenas de desenhos. Porém durante toda a sua vida, vendeu apenas um quadro: Vinhas Vermelhas. Vincent começou a dedicar-se pela pintura aos 27 anos. Em Bruxelas, na Bélgica, iniciou a carreira produzindo estudos copiados de Millet, pintor francês que retratava a vida rural.
Em 1882, em Haia, realizou os primeiros quadros a óleo. No início era influenciado pela escola de Haia, voltada para pintura de paisagens. Entre 1881 e 1885, a obra de Van Gogh refletiu seu interesse pelas questões sociais. Um exemplo dessa fase é Os Comedores de Batatas, de 1885. A mudança para a Antuérpia, na Bélgica, no mesmo ano, provocou uma alteração nos seus temas. Van Gogh deixou de lado os motivos sociais e passou a experimentar mais. Um dos artistas que mais o influenciou nessa época foi o pintor flamengo Rubens, com o colorido alegre de seu estilo barroco.
Foi em Paris, porém, que o trabalho de Van Gogh sofreu uma verdadeira mutação.
Entre 1886 e 1888, o pintor conheceu o Impressionismo e seus representantes. Ele aproveitou-se de elementos impressionistas, adaptados de acordo com suas intenções.
Havia, porém, uma diferença básica: enquanto os impressionistas usavam a cor para reproduzir imagens, Van Gogh manipulava-a para expressar sentimentos. Outra influência forte foram as xilogravuras japonesas.
Uma verdadeira fúria criativa seguiu-se à sua mudança para Arles, no sul da França, em 1888. A luz solar do meio-dia age sobre sua paleta e incendeia-lhe a cor; a pincelada abandona os breves toques apertados do divisionismo para serpentear com traços decididos ou fixar o horizonte em largos fundos. Refloresce, junto à decisão toda intelectual da arbitrariedade cromática, uma exigência de imediatismo expressivo e representativo: uma sorte de alucinante expressionismo gráfico, através do qual Van Gogh põe na realidade o seu tortuoso mundo interior. Nos seus três últimos anos de vida, Van Gogh pintou mais de 400 telas. Nessa fase, o estilo do artista estava bastante definido, com suas pinceladas vigorosas e empastelamento da tinta. A partir daí, amarelos intensos e vermelhos vivos, cores reverenciadas pelo artista, serviriam para criar efeitos, expressando sentimentos. Van Gogh deixou o asilo e foi morar nas proximidades da casa de seu irmão.
Um mês antes de sua morte - quando pintava uma tela por dia  - o holandês realizou Campo de Trigo com Corvos, outra obra-prima em que exprimia, de maneira contundente, toda a tristeza e a solidão de seus últimos momentos.

SEU PENSAMENTO
Vincent Van Gogh, apesar de suas crises lhe perseguirem, era nos momentos de lucidez que criava, e nas cartas que escrevia a Theo, revelava lucidez e inteligência: Certa vez Vincent escreve a Theo: "Estou lendo Pierre e Jean, de Guy de Maupassant; é belo, você já leu o prefácio, explicando a liberdade que tem o artista de, num romance, exagerar, criar uma natureza mais bela, mais simples, mais consoladora, e depois explicando o que talvez signifique exatamente a frase de Flaubert: o talento é uma longa paciência, e a originalidade é um esforço de vontade e de observação intenso?"
Referindo-se ao quadro Café á Noite (setembro de 1888): "Procurei exprimir com o vermelho e o verde as terríveis paixões humanas." Através dessa frase, e de muitas outras escritas em suas cartas ao seu irmão ele revelava a sua intenção ao pintar: "Eu não quero pintar quadros, quero pintar a vida".

 Café à Noite (setembro de 1888) de Vincent Van Gogh

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