A harmonia ou desarmonia do conjunto estabelecerá o resultado da obra, com suas nuances compositivas, dando a expressividade que o artista quis colocar ou acabou conseguindo incluir de uma maneira consciente ou não.
Os sentimentos profundos, muitas vezes inconscientes e também irracionais acabam, algumas vezes, sendo desvelados através da obra. Não é apenas uma catarse psicológica, mas sim o resultado de um desejo de composição que venha ao encontro do que o artista quer ou que o satisfaça de alguma maneira, nem que seja algo que surgiu sem querer.
O resultado normalmente vem de muita dedicação, tempo e esforço. A inspiração de que tanto falam é importante, mas como já dizia Picasso, cumpre apenas uma pequena parte do trabalho. O sentimento vai gerar a expressão, algo que se quer transmitir do fundo de nossa alma através da obra. Além de tudo isso, o pensamento também tem o seu papel, através do estudo, reflexão e de muita observação das etapas realizadas até então.
A criação compositiva de uma pintura, por exemplo, é similar a de uma música, a junção de duas cores podem ser comparadas com a de duas notas, onde a distância cromática ou tonal entre uma e outra vai originar um novo conjunto, com sua personalidade própria. Daí vem o acorde, que é o resultado de algumas ou várias notas que se unem em um som especial, dando um novo sentido àquelas notas. Na vida também é assim, comparamo-nos uns aos outros, vivemos em sociedade, que é o resultado da junção de vários indivíduos no qual a compõem, e essa convivência pode ser harmônica ou não, dependendo da nossa capacidade de criar, compor, tocar e/ou pintar este mundo.
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