Guarani


Gostaria de apresentar um poema que escrevi há poucos dias sobre o índio Guarani, um dos muitos grupos étnicos que representam o povo ameríndio no Brasil. Para isso, escolhi uma obra de meu pai, Raul Campani, uma xilogravura em papel criada a partir de uma matriz de borracha. Estendo a representatividade do poema a todas as etnias indígenas, tão esquecidas e silenciadas no nosso país, mas que são tão importantes na formação de nossa identidade. Não me ative, no poema, à forma, mas sim ao conteúdo.

Nas ruas escuras, nos recantos do Brasil, em cada esquina, um país, você não viu
Na imensidão dos lares, rosto, quieto, apenas perto de si mesmo, inquieto com sua própria sofreguidão
A dor alheia não é nossa, embora faça ter a nossa, tamanha imensidão
Selvagem, selvagem, como você
Bobagem, bobagem, que ninguém vê
Olhares singelos, inocentes do passado percebi, nos dias de hoje, nos teus olhos Guarani
Nos teus banhos aprendi, em costumes revivi, nunca esqueçam das virtudes, em teu seio, ó Guarani
Selvagem, selvagem, como você
Bobagem, bobagem, que ninguém vê
Tentam esquecê-lo, sua marca não é nossa, sua crença que desfaça, se perder se é que possa
É difícil perceber, se é que eu entendi, lendo estes versos, tua importância, ó Guarani
Selvagem, selvagem, como você
Bobagem, bobagem, que ninguém vê

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