Gauguin, O Princípio de Uma Lenda

De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos?
Esta é a continuação da postagem: Paul Gauguin, Fuga ou Encontro?


Pelo lado materno, Gauguin tinha uma ascendência marcada pelo instinto de desregramento e orgulhosa independência. Sua avó materna tinha alcançado certa notoriedade nos tempos do romantismo. Chamava-se Flora Tristan. Nascida no Peru em 1803, era filha de Dom Tristan y Moscoso e sobrinha de Pio Tristan. Pertencia a uma família destinada a ocupar importantes cargos no pais. Casou-se em 1821 com um gravador, André François Chazal. Depois começou a ter uma vida independente e aventurosa, conseguindo em 1838, a sua separação.


Era uma rebelde socialista, anarquista. Empregou toda sua riqueza na causa operária, viajando sem descanso, indo de vez em quando ao Peru para encontrar o tio.

O marido foi condenado em 1839 a 20 anos de trabalhos forçados. Um ano antes havia-lhe manifestado sua própria irritação, disparando contra ela alguns tiros de revólver. Deste matrimônio nasceu em 1825, uma filha, Aline, que se casou em 1846 com Clóvis Gauguin, colaborador do jornal Le National. Tiveram dois filhos, um dos quais Paul, nasceu a 7 de junho de 1848.

A revolução de fevereiro de 1848 dando poder ao príncipe Luís Napoleão Bonaparte e preparando a volta ao regime imperial em 1851, transformou Clóvis Gauguin em um adversário do Governo.
Em 1848 o jornalista decidiu deixar a França e partiu para o Peru com a família. Lá, Clóvis Gauguin morre vítima de um aneurisma.

Quando em 1855 o avô paterno, Guillaume Gauguin, morre em Paris, Aline deixa o Peru e volta para a França. Instalam-se em Orléans, na casa do seu tio Isidoro, e o jovem Paul passa a frequentar um colégio na cidade. Mais tarde, com 11 anos, entra no Petit Seminaire e isto acentua as suas divergências com o mundo exterior. Ele escreve em suas recordações: "Foi lá que aprendi... a odiar a hipocrisia, as falsas virtudes, a delação... a duvidar de tudo que fosse contrário a meus instintos, a meu coração e a minha razão". A 7 de dezembro de 1865 entra na Marinha Mercante como aluno-piloto.

Por alguns anos navegará no Adriático e no Pacífico e em 1868 prestará o serviço militar na marinha. Participará da guerra franco-prussiana em 1870-71, e a 23 de abril obterá uma licença renovável, sendo assim, desmobilizado.

A mãe morre em 1867. Com a recomendação e a ajuda de Gustave Arosa, seu tutor, Gauguin vai trabalhar com o agente de câmbio Bertin, com quem ficará empregado mais de dez anos. Neste período, ele vai frequentemente visitar o seu tutor em Saint-Cloud a qual tinha uma boa coleção de pintura contemporânea. Nesta época Gauguin encontra uma jovem dinamarquesa, Sofia Gad, apelidada Mette. Casam-se em 1873. Entre 1873 e 1883 terão cinco filhos.

OBS: Continua na postagem: Gauguin Começa a Pintar
Referências: Clique aqui

Comentários

  1. Espero ansiosa pelas próximas postagens, é muito importante que conheçamos arte além das fronteiras européias!

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